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Pedro é de fato a “rocha”, mas teria sido o primeiro papa?

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Mensagem por Vinicius_SG_RJ Sáb Fev 20, 2010 8:57 pm

Pedro é de fato a “rocha”, mas teria sido o primeiro papa?

Nenhuma tentativa pode ser feita neste espaço para expor todas as falácias da teoria petrina e da sucessão apostólica. Para efeito de brevidade limitarei meus comentários ao texto básico de Mateus 16:18 empregado para provar a teoria petrina. Cristo diz a Pedro: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

A questão é, quem é a “rocha” sobre a qual Cristo edificou Sua igreja? Obviamente para os católicos, a “rocha” é Pedro como pedra fundamental sobre a qual Cristo edificou a Sua igreja. Eles corretamente assinalam que o jogo de palavras—“Tu és Petros e sobre esta Petra”—revela haver inegável conexão entre os dois termos. Assim, Pedro é a Petra sobre a qual Cristo edificou Sua Igreja. Os protestantes obviamente rejeitam essa interpretação, argumentando, ou que a “rocha” seria o próprio Jesus ou a confissão de Pedro quanto a Cristo. Pelo último ponto de vista, o texto rezaria: “Tu és Pedro e sobre mim como rocha eu edificarei a Minha Igreja”. Pela última: “Tu és Pedro e sobre a rocha de Cristo que tu confessaste edificarei Minha Igreja”.

O problema com ambas essas interpretações populares é que não fazem justiça ao jogo de palavras. No grego há uma inegável ligação entre petros e petra. A questão não é se “petra- rocha” refere-se a Pedro, mas em que sentido Pedro é “petra-a rocha”. Em minha opinião, Pedro é “petra-a rocha”, não no sentido católico de ser a pedra fundamental sobre que Cristo edificou Sua igreja, mas por Pedro ser o fundamento inicial da Igreja, edificada sobre o fundamento dos apóstolos, sendo Cristo a pedra de esquina.

Esta interpretação tem por base duas considerações principais. Em primeiro lugar, o Novo Testamento retrata a Igreja como um edifício, sendo “edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efé. 2:20; cf. 1 Ped. 2:4-8; 1 Cor. 3:11). A imagem da Igreja como edifício sugere que a igreja não se firma sobre a rocha fundamental de Pedro, mas começa com Pedro como primeira pedra. Ele foi a primeira pessoa a confessar e aceitar a Jesus de Nazaré, como o Cristo, ou seja, o Messias, “o Filho do Deus vivo” (Mat. 16:16). Sendo o primeiro converso a aceitar publicamente a Cristo, Pedro tornou-se num certo sentido “o primeiro membro oficial” da Igreja, ou a primeira pedra fundamental do edifício espiritual que é e Igreja.

Um segundo ponto importante, ignorado pela Igreja Católica, é que o Novo Testamento considera a Igreja, não como uma organização hierárquica visível dirigida pelo papa com seus bispos, mas como uma comunidade invisível de crentes que são unidos pela mesma fé em Cristo. Na Bíblia “a Igreja” não é uma organização religiosa, mas o “povo de Deus”. Tanto o hebraico qahal quanto o grego ekklesia, traduzidas por “Igreja”, referem-se, na verdade, à “congregação” de crentes, que foram chamados do mundo (Deu. 7:6; Osé. 1:1; 1 Ped. 2:9) a fim de ser uma luz no mundo (Deu. 28:10; 1 Ped. 2:9).

Isso significa que quando Jesus falou sobre edificar a Sua Igreja, Ele não tinha em mente o estabelecimento de uma organização religiosa hierárquica, mas a edificação de uma comunidade de crentes que pela fé O aceitariam e O confessariam perante o mundo. Neste contexto, Pedro, por ser a primeira pessoa a confessar e aceitar a Jesus como o “Cristo”, que significa “Messias”, tornou-se a primeira pedra viva do edifício espiritual que consiste de uma comunidade de crentes. A idéia de Pedro ser o fundamento da Igreja como organização hierárquica identificada com a Igreja Católica é alheia ao texto e aos ensinos do Novo Testamento.



Um golpe fatal sobre a reivindicação petrina da Igreja Católica é a falta de qualquer apoio neotestamentário para o primado de Pedro na igreja apostólica. Se, de acordo com a alegação católica, Cristo designou Pedro como Seu vigário para governar a Igreja, então se esperaria que Pedro agisse como líder da igreja apostólica. Mas dificilmente seria este o caso.

Por exemplo, não há indicação de que Pedro jamais tenha servido como presidente da igreja de Jerusalém. A estrutura organizacional da igreja de Jerusalém pode ser caracterizada como um colegiado com uma presidência. Mas não há indicação de que Pedro jamais serviu como o presidente em exercício daquela igreja. No Concílio de Jerusalém, foi Tiago, e não Pedro, quem presidiu nas deliberações (Atos 15:13).

Ademais, a autoridade final da igreja de Jerusalém restava não sobre Pedro, mas sobre os apóstolos, mais tarde substituídos por “presbíteros”. Por exemplo, foram “os apóstolos” que enviaram Pedro a Samaria (Atos 8:14) para supervisionar as novas comunidades cristãs. Foram os “apóstolos” que enviaram Barnabé a Antioquia (Atos 11:22). Foram os “apóstolos e presbíteros” que enviaram a Judas e Silas para Antioquia (Atos 15:22-27). Foi “Tiago e os presbíteros” que recomendaram que Pedro se submetesse a um rito de purificação no Templo (Atos 21:18, 23-24).

Tivesse Pedro sido designado por Cristo para servir como Cabeça da Igreja, ele teria desempenhado um papel significativo nas decisões acima mencionadas. Não há indicação de que Paulo considerasse a Pedro como líder da Igreja. Narrando um incidente de quando Pedro foi para Antioquia Paulo declara: “resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível” (Gál. 2:11). A ação de Paulo dificilmente sugeriria que Pedro foi reconhecido e respeitado como a infalível cabeça da Igreja.

Ademais, Paulo se refere aos “pilares” da igreja apostólica como sendo “Tiago, Cefas, e João” (Gál. 2:9). O fato de que “Tiago”, o irmão do Senhor, é mencionado primeiro indica ser ele, antes que Pedro, quem servia como líder da Igreja. Caso os apóstolos entendessem que Pedro houvesse sido designado por Cristo para servir como cabeça da Igreja, ter-lhe-iam confiado a liderança da Igreja. Mas o fato é que Pedro nunca é visto no Novo Testamento como o único líder da igreja apostólica.

A noção de que Cristo investiu a Pedro de autoridade para governar a Igreja e que tal autoridade tem sido transmitida numa ininterrupta sucessão até seu último sucessor é invenção católica destituída de qualquer base bíblica. Isso primeiro apareceu nos escritos de Irineu, bispo de Lyon (175-195 A.D.), que usa o argumento da sucessão apostólica para refutar agnósticos heréticos alegando que os ensinos agnósticos eram heréticos por serem rejeitados pelas igrejas que podem traçar o seu ‘pedigree’ (Contra Heresias, livro 3).

O argumento da sucessão apostólica serviu a um propósito útil na igreja primitiva quando a formação do Novo Testamento estava ainda em progresso. Os líderes da Igreja precisavam de uma autoridade objetiva para refutar os heréticos, e encontraram-no em igrejas como Antioquia, Éfeso e Alexandria, que podiam traçar suas origens aos apóstolos. Essas igrejas podiam servir como a pedra de toque da ortodoxia.

Mas estender o conceito da sucessão apostólica a todo o curso da história cristã é infundado, por causa da interrupção e
apostasia que essas igrejas haviam experimentado. A invasão muçulmana dos séculos sétimo e oitavo eliminaram completamente a maior parte das antigas igrejas orientais.

O mesmo se aplica ao bispo de Roma. Qualquer pessoa familiarizada com a história do papado sabe quão difícil é até mesmo para a Igreja Católica provar a sucessão ininterrupta desde Pedro até o papa atual. Houve ocasiões em que o papado esteve nas mãos de vários papas corruptos, que lutavam entre si pelo trono papal. Por exemplo, em 1045 o Papa Bento IX foi expulso de Roma pelo povo devido a ser indigno e Silvestre II foi colocado no trono papal. Mais tarde, Bento IX retornou e vendeu o trono papal a um homem que se tornou Gregório VI.

Durante esse curso de eventos, Bento recusou renunciar a suas reivindicações papais, de modo que passou a haver três papas alegando ser o papa legítimo. Para resolver o problema o imperador alemão Henrique II convocou um sínodo em Sutri em 1046 AD, que depôs todos os três papas e elegeu Clemente II no lugar.

Fica-se a indagar, qual dos três papas depostos se enquadraria na sucessão apostólica? Como pode a Igreja Católica ainda legitimamente defender a noção de uma sucessão ininterrupta desde Pedro até o papa atual, quando alguns de seus papas foram depostos por sua corrupção?! É evidente que existem alguns elos interrompidos na corrente da sucessão apostólica.
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Mensagem por K9 Seg Mar 29, 2010 2:24 pm

Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Nos livros dos Atos dos Apóstolos e na Segunda Epístola de Pedro, aparece ainda uma variante do seu nome original, Simeão. Cristo mudou seu nome para כיפא, Kepha, que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.

A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mt 16, 18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.[4] Pedro foi o fundador, junto com São Paulo, da Igreja de Roma (a Santa Sé), sendo-lhe concedido o título de Príncipe dos Apóstolos e primeiro Papa. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".
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Mensagem por leite de oliveira Qua Abr 28, 2010 10:15 am

Pedro não é a rocha.
Jesus é a pedra de esquina, pedra angular, pedra rejeitada pelos edificadores.
Quando Jesus falava sobre essa pedra edificareis a minha Igreja, Ele falava dele mesmo. Jesus é o fundamento da Igreja

Quanto a Pedro ser Papa, ele era casado. Jesus curou a sogra de Pedro. então o 1º Papa era casado, melhor do que o de hoje, pois se fosse casado e tivesse filhas, jamais teria encoberto a pedofilia na Igreja
Assim penso
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Mensagem por Pr Marcos Seg maio 03, 2010 11:52 am

leite de oliveira escreveu:Pedro não é a rocha.
Jesus é a pedra de esquina, pedra angular, pedra rejeitada pelos edificadores.
Quando Jesus falava sobre essa pedra edificareis a minha Igreja, Ele falava dele mesmo. Jesus é o fundamento da Igreja

Quanto a Pedro ser Papa, ele era casado. Jesus curou a sogra de Pedro. então o 1º Papa era casado, melhor do que o de hoje, pois se fosse casado e tivesse filhas, jamais teria encoberto a pedofilia na Igreja
Assim penso

Graça e paz !!!!

A resposta está corretíssima. Esta de primeiro papa é uma grande piada. Os caras falam isso e não explicam pq mataram o primeiro papa crucificado de cabeça para baixo. Very Happy Very Happy Very Happy
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Mensagem por ANDRÉ Sex Out 29, 2010 10:37 am

Já falamos de Pedro como o primeiro dos Apóstolos; hoje, queremos voltar mais uma vez sobre esta grande e importante figura da Igreja. O evangelista João, narrando o primeiro encontro de Jesus com Simão, irmão de André, registra um acontecimento singular: Jesus, “fixando nele o olhar… disse: “Tu és Simão, o filho de João. Hás- de chamar-te Cefas que significa Pedra”" (Jo 1, 42). Jesus não costumava mudar o nome aos seus discípulos. Se excluirmos o apelativo de “filhos do trovão”, dirigido numa circunstância precisa aos filhos de Zebedeu (cf. Mc 3, 17) que não voltou a usar sucessivamente, Ele nunca atribuiu um novo nome a um discípulo seu. Mas fê-lo com Simão, chamado-o Cefas, nome que depois foi traduzido em grego Petros, em latim Petrus. E foi traduzido precisamente porque não era só um nome; era um “mandato” que Pedro recebia daquele modo do Senhor. O novo nome Petrus voltará várias vezes nos Evangelhos e terminará por substituir o nome originário, Simão.

O fato adquire relevo particular se se considera que, no Antigo Testamento, a mudança do nome anunciava em geral a designação de uma missão (cf. Gn 17, 5; 32, 28ss, etc.). De fato, a vontade de Cristo de atribuir a Pedro um papel especial no âmbito do Colégio apostólico resulta de numerosos indícios: em Cafarnaum o Mestre é hospedado em casa de Pedro (Mc 1, 29); quando a multidão se comprime nas margens do lago de Genesaré, entre as duas barcas ali ancoradas, Jesus escolhe a de Simão (Lc 5, 3); quando em circunstâncias particulares Jesus se faz acompanhar só por três discípulos, Pedro é sempre recordado como primeiro do grupo: assim na ressurreição da filha de Jairo (cf. Mc 9, 2; Mt 17, 1; Lc 9, 28), e por fim durante a agonia no Horto do Getsémani (cf. Mc 14, 33; Mt 16, 37). E ainda: dirigem-se a Pedro os cobradores do imposto para o Templo e o Mestre paga para si e somente para ele (cf. Mt 17, 24-27); a quem lava primeiro os pés é a Pedro (cf. Jo 13, 6) e reza unicamente por ele para que não lhe venha a faltar a fé e possa depois confirmar nela os outros discípulos (cf. Lc 22, 30-31).

De resto, o próprio Pedro tem consciência desta sua posição particular: com frequência é ele que, em nome também dos outros, toma a palavra para pedir a explicação de uma parábola difícil (Mt 15, 15), ou o sentido exato de um preceito (Mt 18, 21) ou a promessa formal de uma recompensa (Mt 19, 27). Em particular, é ele quem resolve o embaraço de determinadas situações intervindo em nome de todos. E também quando Jesus, desanimado pela incompreensão da multidão depois do discurso sobre o “pão de vida”, pergunta: “Também vós quereis ir embora?”, a resposta de Pedro é peremptória: “Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (cf. Jo 6, 67-69). Igualmente decidida é a profissão de fé que, ainda em nome dos Doze, ele faz perto de Cesaréia de Filipe. A Jesus que pergunta: “Vós quem dizeis que Eu sou?”, Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 15-16). Em resposta Jesus pronuncia então a declaração solene que define, de uma vez para sempre, o papel de Pedro na Igreja: “Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu” (Mt 16. 18-19). As três metáforas às quais Jesus recorre são em si muito claras: Pedro será o fundamento rochoso sobre o qual apoiará o edifício da Igreja; ele terá as chaves do Reino dos céus para abrir ou fechar a quem melhor julgar; por fim, ele poderá ligar ou desligar no sentido que poderá estabelecer ou proibir o que considerar necessário para a vida da Igreja, que é e permanece Cristo. É sempre Igreja de Cristo e não de Pedro. Deste modo, é descrito com imagens de plástica evidência o que a reflexão sucessiva qualificará com a palavra de “primazia de jurisdição”.

Esta posição de preeminência que Jesus decidiu conferir a Pedro verifica-se também depois da ressurreição: Jesus encarrega as mulheres de ir anunciar a Pedro, distintamente dos outros Apóstolos (cf. Mc 16, 7); Madalena vai ter com ele e com João para os informar que a pedra tinha sido afastada da entrada do sepulcro (cf. Jo 20, 2) e João dá-lhe a precedência quando chegam diante do túmulo vazio (cf. Jo 20, 4-6); será depois Pedro, entre os Apóstolos, a primeira testemunha de uma aparição do Ressuscitado (cf. Lc 24, 34; 1 Cor 15, 5). Este seu papel, realçado com decisão (cf. Jo 20, 3-10), marca a continuidade entre a preeminência obtida no grupo apostólico e a preeminência que continuará a ter na comunidade que nasceu depois dos acontecimentos pascais, como afirma o Livro dos Atos (cf. 1, 15-26; 2, 14-40; 3, 12-26; 4, 8-12; 5, 1-11.29; 8, 14-17; 10; etc.). O seu comportamento é considerado tão decisivo, que está no centro de observações e também de críticas (cf. At 11, 1-18; Gl 2, 11-14). Ao chamado Concílio de Jerusalém Pedro desempenha uma função diretiva (cf. At 15 3; Gl 2, 1-10), e precisamente por este seu ser como testemunha da fé autêntica o próprio Paulo reconhecerá nele uma certa qualidade de “primeiro” (cf. 1 Cor 15, 5; Gl 1, 18; 2, 7s.; etc.). Depois, o fato de que vários textos-chave relativos a Pedro possam ser relacionados com o contexto da Última Ceia, na qual Cristo confere a Pedro o ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 31s.), mostra como a Igreja que nasce do memorial pascal celebrado na Eucaristia tenha no ministério confiado a Pedro um dos seus elementos constitutivos.

Esta contextualização da Primazia de Pedro na Última Ceia, no momento institutivo da Eucaristia, Páscoa do Senhor, indica também o sentido último desta Primazia: Pedro deve ser, para todos os tempos, o guardião da comunhão com Cristo; deve guiar à comunhão com Cristo; deve preocupar-se por que a rede não se rompa e assim possa perdurar a comunhão universal. Só juntos podemos estar com Cristo, que é o Senhor de todos. A responsabilidade de Pedro é garantir assim a comunhão com Cristo com a caridade de Cristo, conduzindo à realização desta caridade na vida de todos os dias. Rezemos para que a Primazia de Pedro, confiada a pobres pessoas humanas, possa ser sempre exercida neste sentido originário querido pelo Senhor e, assim, possa ser cada vez mais reconhecida no seu verdadeiro significado pelos irmãos que ainda não estão em plena comunhão conosco.




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Pedro é de fato a “rocha”, mas teria sido o primeiro papa? Empty Re: Pedro é de fato a “rocha”, mas teria sido o primeiro papa?

Mensagem por ANDRÉ Sex Out 29, 2010 11:01 am

ANDRÉ escreveu:Já falamos de Pedro como o primeiro dos Apóstolos; hoje, queremos voltar mais uma vez sobre esta grande e importante figura da Igreja. O evangelista João, narrando o primeiro encontro de Jesus com Simão, irmão de André, registra um acontecimento singular: Jesus, “fixando nele o olhar… disse: “Tu és Simão, o filho de João. Hás- de chamar-te Cefas que significa Pedra”" (Jo 1, 42). Jesus não costumava mudar o nome aos seus discípulos. Se excluirmos o apelativo de “filhos do trovão”, dirigido numa circunstância precisa aos filhos de Zebedeu (cf. Mc 3, 17) que não voltou a usar sucessivamente, Ele nunca atribuiu um novo nome a um discípulo seu. Mas fê-lo com Simão, chamado-o Cefas, nome que depois foi traduzido em grego Petros, em latim Petrus. E foi traduzido precisamente porque não era só um nome; era um “mandato” que Pedro recebia daquele modo do Senhor. O novo nome Petrus voltará várias vezes nos Evangelhos e terminará por substituir o nome originário, Simão.

O fato adquire relevo particular se se considera que, no Antigo Testamento, a mudança do nome anunciava em geral a designação de uma missão (cf. Gn 17, 5; 32, 28ss, etc.). De fato, a vontade de Cristo de atribuir a Pedro um papel especial no âmbito do Colégio apostólico resulta de numerosos indícios: em Cafarnaum o Mestre é hospedado em casa de Pedro (Mc 1, 29); quando a multidão se comprime nas margens do lago de Genesaré, entre as duas barcas ali ancoradas, Jesus escolhe a de Simão (Lc 5, 3); quando em circunstâncias particulares Jesus se faz acompanhar só por três discípulos, Pedro é sempre recordado como primeiro do grupo: assim na ressurreição da filha de Jairo (cf. Mc 9, 2; Mt 17, 1; Lc 9, 28), e por fim durante a agonia no Horto do Getsémani (cf. Mc 14, 33; Mt 16, 37). E ainda: dirigem-se a Pedro os cobradores do imposto para o Templo e o Mestre paga para si e somente para ele (cf. Mt 17, 24-27); a quem lava primeiro os pés é a Pedro (cf. Jo 13, 6) e reza unicamente por ele para que não lhe venha a faltar a fé e possa depois confirmar nela os outros discípulos (cf. Lc 22, 30-31).

De resto, o próprio Pedro tem consciência desta sua posição particular: com frequência é ele que, em nome também dos outros, toma a palavra para pedir a explicação de uma parábola difícil (Mt 15, 15), ou o sentido exato de um preceito (Mt 18, 21) ou a promessa formal de uma recompensa (Mt 19, 27). Em particular, é ele quem resolve o embaraço de determinadas situações intervindo em nome de todos. E também quando Jesus, desanimado pela incompreensão da multidão depois do discurso sobre o “pão de vida”, pergunta: “Também vós quereis ir embora?”, a resposta de Pedro é peremptória: “Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (cf. Jo 6, 67-69). Igualmente decidida é a profissão de fé que, ainda em nome dos Doze, ele faz perto de Cesaréia de Filipe. A Jesus que pergunta: “Vós quem dizeis que Eu sou?”, Pedro responde: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 15-16). Em resposta Jesus pronuncia então a declaração solene que define, de uma vez para sempre, o papel de Pedro na Igreja: “Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja… Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu” (Mt 16. 18-19). As três metáforas às quais Jesus recorre são em si muito claras: Pedro será o fundamento rochoso sobre o qual apoiará o edifício da Igreja; ele terá as chaves do Reino dos céus para abrir ou fechar a quem melhor julgar; por fim, ele poderá ligar ou desligar no sentido que poderá estabelecer ou proibir o que considerar necessário para a vida da Igreja, que é e permanece Cristo. É sempre Igreja de Cristo e não de Pedro. Deste modo, é descrito com imagens de plástica evidência o que a reflexão sucessiva qualificará com a palavra de “primazia de jurisdição”.

Esta posição de preeminência que Jesus decidiu conferir a Pedro verifica-se também depois da ressurreição: Jesus encarrega as mulheres de ir anunciar a Pedro, distintamente dos outros Apóstolos (cf. Mc 16, 7); Madalena vai ter com ele e com João para os informar que a pedra tinha sido afastada da entrada do sepulcro (cf. Jo 20, 2) e João dá-lhe a precedência quando chegam diante do túmulo vazio (cf. Jo 20, 4-6); será depois Pedro, entre os Apóstolos, a primeira testemunha de uma aparição do Ressuscitado (cf. Lc 24, 34; 1 Cor 15, 5). Este seu papel, realçado com decisão (cf. Jo 20, 3-10), marca a continuidade entre a preeminência obtida no grupo apostólico e a preeminência que continuará a ter na comunidade que nasceu depois dos acontecimentos pascais, como afirma o Livro dos Atos (cf. 1, 15-26; 2, 14-40; 3, 12-26; 4, 8-12; 5, 1-11.29; 8, 14-17; 10; etc.). O seu comportamento é considerado tão decisivo, que está no centro de observações e também de críticas (cf. At 11, 1-18; Gl 2, 11-14). Ao chamado Concílio de Jerusalém Pedro desempenha uma função diretiva (cf. At 15 3; Gl 2, 1-10), e precisamente por este seu ser como testemunha da fé autêntica o próprio Paulo reconhecerá nele uma certa qualidade de “primeiro” (cf. 1 Cor 15, 5; Gl 1, 18; 2, 7s.; etc.). Depois, o fato de que vários textos-chave relativos a Pedro possam ser relacionados com o contexto da Última Ceia, na qual Cristo confere a Pedro o ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 31s.), mostra como a Igreja que nasce do memorial pascal celebrado na Eucaristia tenha no ministério confiado a Pedro um dos seus elementos constitutivos.

Esta contextualização da Primazia de Pedro na Última Ceia, no momento institutivo da Eucaristia, Páscoa do Senhor, indica também o sentido último desta Primazia: Pedro deve ser, para todos os tempos, o guardião da comunhão com Cristo; deve guiar à comunhão com Cristo; deve preocupar-se por que a rede não se rompa e assim possa perdurar a comunhão universal. Só juntos podemos estar com Cristo, que é o Senhor de todos. A responsabilidade de Pedro é garantir assim a comunhão com Cristo com a caridade de Cristo, conduzindo à realização desta caridade na vida de todos os dias. Rezemos para que a Primazia de Pedro, confiada a pobres pessoas humanas, possa ser sempre exercida neste sentido originário querido pelo Senhor e, assim, possa ser cada vez mais reconhecida no seu verdadeiro significado pelos irmãos que ainda não estão em plena comunhão conosco.




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